quarta-feira, 15 de maio de 2013

Benfica 1 x 2 Chelsea: Com Ivanovic como herói, Chelsea despacha o Benfica no último minuto e levanta a taça



Europa League - Benfica and Chelsea, Frank Lampard of Chelsea ceelbrates with team mates
Getty Images

Benfica 1 x 2 Chelsea: Com Ivanovic como herói, Chelsea despacha o Benfica no último minuto e levanta a taça

Encarnados viram o segundo título escapar das mãos por conta de gols nos acréscimos em menos de uma semana



A cidade de Londres nunca viu tantos títulos europeus em tão pouco tempo. Depois de levantar a 'orelhudinha' da Champions League no ano passado, o Chelsea tornou-se o primeiro time da história a faturar, em sequência, a Europa League. Nesta quarta-feira, o time conquistou seu primeiro título da competição, vencendo o Benfica, na Amsterdam Arena por 2 a 1, gols de Fernando Torres e Ivanovic. Oscar Cardozo, de pênalti, anotou para os encarnados.

Chelsea e Porto não teriam conseguido forma melhor de torturar o Benfica se tivessem combinado. Até o último sábado, a temporada tinha tudo para ser perfeita para o Benfica, que podia conquistar a tríplice coroa e igualar o feito do Porto de 2010-11; já o Chelsea chegava para a decisão querendo passar uma borracha em 2012-13. Em menos de uma semana, entretanto, as águias viram dois títulos escapar das mãos no último minuto, e para equipes vestidas de azul. A torcida encarnada acreditou, compareceu e deu show nas arquibancadas. O time até jogou melhor. Mas a velha máxima do futebol, 'quem não faz, leva', se mostrou mais verdadeira do que nunca, e, no fim, a experiência de quem já desafiou o que parecia impossível para levantar uma taça europeia falou mais alto.

Foi um título para lavar muitas almas: a da torcida azul, que estava cabisbaixa com a temporada conturbada; a de Fernando Torres, questionado, criticado e muitas vezes feito de piada, mas que é o primeiro jogador da história a jogar e ganhar a Copa do Mundo, a Eurocopa, a Champions League e a Europa League, sendo detentor de todos estes títulos até o momento; mas, mais do que tudo, foi a vitória para lavar alma de Rafael Benítez. O técnico interino, que chegou para apagar o incêndio da demissão de Roberto Di Matteo e teve de aturar a torcida pedindo a sua cabeça e hostilizando-o abertamente desde o primeiro minuto, vai, sim, deixar Stamford Bridge, mas com mais um troféu no seu currículo e seu nome gravado na história. Como diria Zagallo, Benítez agora poderia muito bem se despedir com um 'Vocês vão ter que me engolir!'

O Chelsea tornou-se também o primeiro clube inglês, e apenas o quarto na história, a conquistar os quatro principais torneios interclubes da UEFA: a Champions League, a Copa da UEFA, a Europa League e a falecida Taça das Taças.


Primeiro tempo

Do primeiro minuto, o Benfica quis deixar claro que estava em campo para fazer mais do que apenas figuração. Com belo domínio de bola e futebol inteligente, os encarnados trocavam passes certeiros envolviam a marcação do Chelsea. David Luiz, em especial, estava tendo muito trabalho com Matic, que deitava e rolava, tomando conta do meio-campo.

O Chelsea tentava pressionar a saída de bola, mas o Benfica, com calma, conseguia se livrar da marcação. Logo aos dois minutos, surgiu a primeira finalização, com Oscar Cardozo, de cabeça. A bola foi por cima do travessão. Aos seis minutos, os Blues já haviam cometido três faltas, e Ramires acabou levando o primeiro cartão amarelo do jogo depois de um lance mais duro em Matic. O brasileiro, inclusive, parece ter sentido a não convocação para a Copa das Confederações. Desconcentrado, o volante ficou em impedimento em várias oportunidades, cometendo faltas bobas e participando pouco das jogadas. Irreconhecível.

Aos 11, mais uma chance de gol para os Encarnados. Matic recebeu pela esquerda e rolou para Oscar Cardozo, que dominou, girou e acabou travado na hora de bater. Na sobra, Nico Gaitán demorou um pouco demais para finalizar e acabou travado também. Um minuto mais tarde, novamente Gaitán perdeu uma chance quando optou pelo passe ao invés do arremate.

As finalizações, inclusive, se provaram os maiores problemas para as Águias, que rondavam a área azul durante quase todo o tempo, mas demorava demais ou procurava um ângulo melhor quando poderia simplesmente soltar o pé. O domínio, que chegou a ser de 74% de posse para o Benfica, e acabou em 60% no fim da etapa inicial, não se transformava em mais trabalho para Petr Cech.

A primeira chegada do Chelsea aconteceu aos 25 minutos, quando Mata tentou acionar Ramires no ataque, mas o brasileiro estava impedido e sequer deu continuidade na jogada, deixando a bola morrer tranquila pela linha de fundo.

Talvez em uma demonstração do que seria a história da partida, aos 38, o Chelsea conseguiu a melhor oportunidade de gol do primeiro tempo. Após mais uma tentativa que terminou com uma finalização errada do Benfica, os 35, Lampard, que estava sumido até então, experimentou de fora da área e obrigou o goleiro Artur a fazer uma defesa de cinema para desviar a bomba, que tinha endereço certo.
Segundo tempo
A etapa final começou exatamente como a primeira: o Benfica partindo para cima. Logo aos três minutos, Cardozo fez bem a parede e rolou para Gaitán, mas Azpilicueta chegou travando e mandou pela linha de fundo. Na sequência da jogada, ele teve mais uma oportunidade, ficando com a bola de frente para o gol, mas chutou mal e mandou para fora. Um minuto depois, Oscar Cardozo abriu o placar, mas teve impedimento corretamente assinalado em lance muito difícil.

Aos 13, Salvio apareceu de surpresa por trás da zaga na segunda trave e mandou de cabeça, nas mãos de Petr Cech. E aí começou o pesadelo benfiquista... Na reposição de bola, Garay falhou grotescamente e deixou a bola nos pés de 
Fernando Torres, que avançou, passou por Luisão, driblou Arthur e bateu para o gol, abrindo o placar.

A sensação que tomou conta das arquibancadas foi de que a história estaria se repetindo de novo. Houve um breve princípio de abatimento, durante o qual o Chelsea aproveitou para tentar crescer na partida e se impor. Os ingleses, de repente, tinham tudo para tirar proveito de uma situação emocional já conturbada do Benfica e matar a partida. Mas acabaram foi correndo o risco de serem mortos por um erro infantil.
Oito minutos depois do gol, Azpilicueta colocou a mão na bola de forma inconsequente dentro da pequena área. Pênalti. Cardozo, que não costuma perdoar, mandou goleiro para um lado e bola para o outro para deixar tudo igual e reacender a chama da torcida benfiquista, que, em maioria no estádio, voltou a fazer uma festa incrível.

Conforme os minutos finais se aproximavam, a partida se tornou mais tensa. O Benfica dava claros sinais de mais cansaço, enquanto o Chelsea tentava não se arriscar demais. Aos 42, Lampard tentou de longe e acertou a quina da trave, fazendo a torcida vermelha prender a respiração. Era o prenúncio do que estava por vir...

Exatamente no último minuto de acréscimo, Ramires descolou um escanteio. Na cobrança, a jogada mais clássica dos Blues: 
Ivanovic, de cabeça, para o fundo do gol. A metade azul do estádio explodiu em felicidade, enquanto os benfiquistas desabaram em choro. Depois da doída derrota para o Porto no fim de semana, o gol de Ivanovic foi torcer a faca nas costas. Dois títulos perdidos (o do Português ainda a ser confirmado) nos últimos minutos.

Mas o Chelsea não tem nada com o drama do adversário! Oscar Cardozo ainda conseguiu uma última oportunidade, mas Gary Cahill se jogou na frente da bola de qualquer jeito e impediu a finalização - de novo. Fim de papo, e início da festa em azul, comandada por Frank Lampard, que capitaneou o time na decisão e conquistou mais um troféu para sua extensa galeria em uma temporada que começou difícil, mas teve mais um final feliz.

Sem comentários:

Enviar um comentário